domingo, 18 de março de 2007

Bonanza


Permitam-me que, num blogue sobre Cinema, “intrometa” uma série televisiva.
Pois é, a minha geração tinha nestes 4 homens os seus heróis preferidos.
Aos sábados à noite, na velhinha televisão a preto e branco, Bonanza era o melhor do fim-de-semana.
Lorne Greene (o Pai), Pernell Roberts (Adam), Dan Bloker (Hoss) e Michael London (Little Joe) faziam as delícias de miúdos e não só, reinando na “Ponderosa”, onde os maus acabavam sempre a perder. A família "Cartwright".
Apenas Pernell Roberts é vivo, e todos eles encontraram na série, o seu maior sucesso.
Não seriam “gigantes” do écran, mas o que é certo, é que passados quase 50 anos, são lembrados como tendo feito a melhor série de “western” que a televisão alguma vez emitiu.
Ainda há pouco tempo, nos Estados Unidos, vi em todas as grandes discotecas, dvds com muitos episódios. Sinal de que o tempo passa, mas a memória não esqueceu os quatro justiceiros, amigos da família e exemplos de bons filhos. No fundo, a “moral” que os americanos sempre gostaram de passar para dentro e fora das suas fronteiras.
Bonanza!
Que saudades!

14 comentários:

Teresa disse...

Ainda apanhei o Bonanza, mas já aos domingos à tarde, e já só com dois irmãos. E como se chamava o criado chinês? Seria Lee?

Acho de toda a justiça que aqui apareçam coisas de televisão. Outra série fundamental, uns anos depois, na era Nixon, foi o All in the Family, que foi revolucionária.

Aliás, e na minha opinião, actualmente está a fazer-se televisão de grande qualidade (não em Portugal...), que muitas vezes supera a do cinema.

teresamaremar disse...

:) fiquei aqui a sorrir porque me lembrei de uma amiga que se apaixonara pelo Adam. E que fixação aquilo era, num tempo em que, influenciados por Enid Blyton, passavamos as tardes de sábado em secretas reuniões ao fundo do quintal. Com lanches em que não faltava a limonada (vidé Clube dos Sete), e "password" para no barracão entrar (o Adam foi uma das pass).
Eu sei que não tem a ver (ou terá?, porque tudo um mesmo tempo) mas estou a ir por aí...
Eram, ainda, festivais da canção, que faziamos nas noites quentes, cada um pendurado na sua janela. (o prédio dos meus pais era parte de um quarteirão quadrado, quintais de árvores pelo meio, e muita criança) Eu fazia de locutora :)
E lembro dos episódios do Bonanza em conjunto, não importa em que casa fosse, mas quando ainda se pedia autorização para ligar o botão do televisor. É verdade, e muito engraçado só haver lembrado isso agora... "posso ligar a televisão?" Lembro até que o pai de uma das amigas só se permitia a ele mesmo tal fazer. Cerimónia quase solene :)
Bonanza... vem-me a música, vem-me o cheiro, vêm-me as cores...

Teresa disse...

Pois é, Teresa, nem me lambrava disso! Pedíamos licença para ligar a televisão (que ainda demorava um bocadito a ter imagem). E só havia uma por casa, fosse rica, pobre ou remediada.
Eu vivo sozinha e tenho duas. As minhas sobrinhas têm televisão no quarto (e vídeo, e dvd, e...).
Enid Blyton é outra conversa. Ainda sei de cor todos os títulos dos 21 livros dos Cinco (nunca gostei tanto dos Sete), na ordem certa. E os livros das Gémeas, e os do Colégio das Quatro Torres, e...

Já agora... também leu (mais tarde, claro) Berthe Bernage e... Odette de Saint-Maurice?

Anónimo disse...

"Rin Tin Tin"..."Cavaleiro Andante"..."O Mundo de Aventuras"..."Major Alvega"..."Os Cinco"...
Televisão começava às 19,30 e terminava por volta da meia-noite...só um canal a preto e branco..."Melodias de Sempre"...Jorge Alves...TV Rural..."Domingo Infantil" com a Maria João..."Selecção Policial"..."Hong Kong" com o Rod Taylor...

Recordar é viver?
Alguém disse o contrário:
Recordar é morrer!

Em que ficamos?

Teresa disse...

É viver! TV Rural e o Sousa Veloso, Jorge Alves com o seu "Olá amigos!". Ainda sei de cor músicas de séries, desde o "Lagardère" (aos 11 anos eu vibrei com o "Lagardère", com o Jean Piat, não estou a falar do filme com o Jean Marais...).

Olhe, veja lá se se lembra desta, José... Dava ao domingo à noite...
Só ponho o nome do cantor, já de propósito.

Jacques Dutronc

Anónimo disse...

Pois, "Arsène Lupin".
1971? 72?

teresamaremar disse...

Claro que é recordar é viver, reviver. E, mais ainda, viver sob outro olhar, retomando sabores à luz de novos saberes.


:) Os Sete, Os cinco, As Quatro Torres, as Gémeas e ainda... a colecção Mistério (com o gordinho Frederico, aquele dos disfarces) :)

Lembro das 3 últimas colecções irem saindo a conta-gotas, e do cenário que era cada dia que a minha mãe trazia um novo livro.

Quantos deles eu li à luz da lanterna, depois do meu pai, a meio da noite, dar com a luz acesa e, democraticamente, desligar o quadro da luz.
:)

Acho que é daí que me vem a paixão por Inglaterra, as pequenas vilas arrumadas, a Cornualha... acho que é, também por isso, que gosto de fazer compotas e licores.

Berthe Bernace não li, mas Louisa May Alcott, sim. Lembro que, pouco depois, passei para Julio Dinis.


O Jorge Alves e Sousa Veloso... ainda lhes conheço as vozes :)


Oh Teresa, Lagardère era aquela que, no último episódio, terminou com a chanson de l'adieu, que me fez chorar baba e ranho???? :)
E o Jean Piat, aquele mais giro de olhos claros?

:)

Teresa disse...

José,

Eu diria que o Arsène terá passado antes, talvez 1969 ou 70, mas já é difícil lembrar, porque na maior parte das vezes não me deixavam ver. A primeira série nocturna que vi por inteiro (e não era exactamente apropriada para a minha idade) foi "A Família Forsyte". As da BBC deixavam-me ver.

Teresa,
Lagardère era a personagem principal do romance de capa e espada de Paul Féval com o mesmo nome. Do que a Teresa me fala é dos Pequenos Vagabundos (Les Galapiats). Por acaso deram no mesmo ano, princípio de 1972. O rapaz de olhos claros era o Jean-Loup. Veja este link: http://www.jupe.be/galapiats/index.php.
Está editado em dvd, há dois anos ofereci-o à minha sobrinha Marta, que estava com 11 anos. ADOROU!

Da Enid Blyton havia uma outra colecção que eu adorava, a colecção Aventura: João, Filipe, Dina, Maria da Luz e a catatua Didi.

Os livros da Berthe Bernage eram todos da Biblioteca das raparigas, tal como a Louisa May Alcott. Brigitte (20 e tal volumes, tenho-os todos, premiado pela Academia Fancesa), O Romance de Isabel (6 volumes, idem, idem), títulos soltos como Sílvia, O jardim no Telhado, etc.

teresamaremar disse...

Olá Teresa
:) pois, que confusão... claro que agora tenho bem presentes ambos.

Quanto à Berthe Bernage e a Louisa May Alcott, a polémica era grande (quiçá resultante de alguma rivalidade entre o público leitor), aprendi, mais tarde, que a primeira pretendia fabricar fadas do lar e que a segunda, embora privilegiando os valores tradicionais, apostava em formar meninas pensantes :)
Não foi isto que, então, me restringiu a leitura à May Alcott, é óbvio :), esta era, presumo, talvez mais divulgada.

P.R disse...

Uma grande série! :D

Vanda Varela disse...

Peço desculpa pelo intromissão, mas não resisti. Tenho agora 36 aos e nunca me esqueci da série "Os Pequenos Vagabundos". Encontrei, por acidente (e q feliz acidente!), o DVD numa loja. Não resisti! Cheguei a casa e mostrei-o ao meu filho de 7 anos. Eu devia ter essa idade quando vi pela primeira vez a série. Adorou!
E da série "Dois Anos de Férias", alguém se recorda?
Hoje acredito a nossa geração cresceu cívica e moralmente com a ajuda desta séries, de uma forma saudável e bonita.

Anónimo disse...

Mas porque raio é que actualmente quando repetem a série "Bonanza" em Portugal, só exibem os episódios mais antigos (1960)? Lembro-me de que em 1977/78 (se não me engano) repetiram alguns dos melhores episódios (1967-1972).
Por favor, senhores da RTP, não exibam sempre os mesmos episódios, já enjoa!...

Unknown disse...

Pois, ainda mais uma série que preencheu muita das minhas tardes de domingo em casa da minha avó. Curioso como estas coisas da infância nos marcam tanto e nos iniciam para o cinema, mais tarde. Assim foi comigo, penso que com muitos de nós e vejo com alegria que os meus filhos também parecem querer alimentar-se disso. Até à exaustão, digo eu!

Anónimo disse...

Falar de séries na nossa memória é falar, para os jovens dos saudosos Pequenos Vagabundos e dos extraordinários Dois Anos de Férias, ambas as wséries protagonizadas por Marc di Napoli, que entrara anteriormente nas Aventuras de Tom Sawyer. Já o inesquecivel folhetim de capa e espada, Lagardere, era transmitido mais tarde, para o dito publico adulto embora fossem aventuras que deliciavam a juventude. Mais tarde, os cinco e o Sitio do Picapau amarelo, embora fascinantes, não alcançaram o êxito dos referidos anteriormente. E o Robin Hood (Richard Greene), querido pelos bons e temido pelos malvados, como referia a canção do genérico final? Ou o desastrado Olho Vivo na sua incansável luta contra a KAOS? E o Fugitivo a ver se apanhava o maneta? Ou o Imortal, perseguido por causa do tipo de sangue que possuia? E a Pesquisa, o Jogo da Vida, os Intocáveis e os Protectores? E o Barão, o Aventureiro ou o Santo? E no espaço de memória, os engraçados Marretas, os Flinstones, o Professor Balthasar, a Penelope Pitshop, o Speedy Gonzalez e o Pernalonga, o Conde de Monte Cristo, o gulliver e a Volta ao Mundo em 80 Dias? Meus Deus, tantas e tão boas séries, aqueles tempos, mesmo a preto e branco, marcados pelo fascinio, misterio e exito do que aquela caixinha mágica nos trazia no dia-a-dia.

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