sábado, 29 de setembro de 2007

Gary Cooper

Para o público de hoje, o seu nome pouco dirá.
Mas Gary Cooper (1901-1961) foi uma das grandes estrelas de Hollywood, com uma carreira que durou cerca de 40 anos, vencedor por duas vezes do Oscar de melhor actor e cinco nomeações, 100 filmes rodados.
Todos o conheciam por “Coop”, e o seu primeiro grande sucesso é “The Virginian” em 1929. Outros filmes memoráveis são o seu “A Farewell to Arms” em 1932, e “Mr.Deeds Goes to Town” em 36.
Poucos sabem que Gary Cooper foi o actor escolhido para interpretar Rhett Butler em “E Tudo o Vento Levou”. Depois de estudar o guião, Cooper rejeitou o convite, dizendo: “Vai ser o maior desastre comercial a que Hollywood já assistiu”.
Enganou-se.
E esperaria até 1952, ano de “High Noon”, para ver consagrada a sua carreira. Neste filme, incrivelmente traduzido para português como “O Comboio Apitou Três Vezes”, Gary Cooper tem o papel da sua vida.

Um grande actor.


terça-feira, 25 de setembro de 2007

Spielberg

“Jaws”
“Close Encounters of the Third Kind”
“Indiana Jones”
“E.T.”
“The Colour Purple”
“Hook”
“Schindler’s List”
“Jurassic Park”
“A.I. Artificial Intelligence”
“The Terminal”
“Munich”

Simplesmente…Spielberg.

A lista seria bem mais extensa, se necessário fosse.
Os génios são incapazes de fazer algo errado, ou mal. Ou fraco.
E é preferível nem escrever muito sobre eles.
Agradecer-lhes apenas.

sábado, 22 de setembro de 2007

"Cavalgada Heróica"

Numa daquelas noites em que apetece ver um “western”, escolhi “Cavalgada Heróica” (Stagecoach) de John Ford, com o inevitável John Wayne. Rodado em 1939.
Considerado um “clássico” no género, é na verdade um excelente filme, dirigido por mão de Mestre e com interpretações fabulosas.
Gostaria de destacar Thomas Mitchell, que todos conhecemos de “E Tudo o Vento Levou”, onde interpreta o papel de pai de Scarlett O’Hara.
Aqui é um médico permanentemente alcoolizado, mas fá-lo com uma categoria digna do realizador e de alguns dos seus pares. Impressionante o seu esgar, as alterações do seu comportamento, a sua presença. A Academia premiou-o com o Oscar para Actor Secundário, e muito bem.
Ainda o grande John Carradine, num papel de jogador profissional, mas acima de tudo, um cavalheiro de nobre tradição familiar, filho de um juiz, com a reputação abalada pelo vício.
E John Wayne, no arranque da sua brilhante carreira, a protagonizar o “herói”, o ex-presidiário que dá lições de civismo e educação a banqueiros, médicos e comerciantes, ao tratar uma prostituta (Claire Trevor), que todos rejeitam, com respeito.
Como não podia deixar de ser, tudo acaba em bem.

Um grande filme!


quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Mastroianni



Marcello Mastroianni (1924-1996) começou por ser um caso de sucesso em Itália, e depois por toda a Europa. E para isso muito contribuiu “La Dolce Vita”, que Fellini roda em 1960.
As palavras seguintes são do próprio realizador:
“ “La Dolce Vita” foi a primeira película em que trabalhei com Mastroianni. Recordo-me de lhe dizer: Chamei-te porque precisava de um sujeito normal, sem personalidade, sem expressão, banal, como tu. Não lhe disse isto com má intenção. Não quis ofendê-lo…ele representa também o tipo de homem ideal. É o homem que todas as mulheres desejariam”.
O que Fellini não disse, é que Mastroianni provinha da “escola do teatro”, onde durante anos trabalhara com Visconti. E que no cinema, onde se estreou em 1947, contracenou, entre outros, com Silvana Mangano, Lollobrigida, Vittorio Gassman e Giulietta Masina. Isto é, Mastroianni teve, desde o início, excelentes parceiros, com quem muito foi aprendendo, desde os grandes realizadores italianos, a todos os grandes actores e actrizes seus contemporâneos.
Ele próprio, um dos maiores de sempre.
Participou em 143 filmes, número impressionante, mesmo numa longa carreira.
Destacar este ou aquele, parece-me desnecessário. Seriam dezenas a merecê-lo.
Morreu em Paris, e quando o corpo foi trasladado para Roma, onde esteve em câmara-ardente no Capitólio, houve uma senhora que o velou toda a noite, e quase sempre sem se sentar. Seu nome, Sophia Loren.
E Dino Risi, um dos realizadores que o dirigiu, afirmou:
“Apagou-se o coração do cinema italiano. A sua alma mais bela”.

Marcello Mastroianni.
Uma lenda.

sábado, 15 de setembro de 2007

Antonioni


Licenciado em Economia e Gestão pela Universidade de Bolonha.
Assistente de Rossellini em 1942.
Realiza o seu primeiro filme em 1950, “Cronaca de un Amore”, que passou despercebido.
Colabora com Fellini no argumento de “The White Sheik” em 1952.
Primeiro grande triunfo internacional em 1960, “L’Avventura”, que retrata, na perfeição, a dificuldade de comunicação entre os homens, tema que o acompanhará ao longo de toda a sua carreira.
E a partir deste filme, os sucessos foram muitos.
Bastaria lembrar “ La Notte”, “L’Eclisse”, “Il Deserto Rosso”, “BlowUp”, “Professione: Reporter” e “Identificazione de una Donna”.
Mas a razão principal do sucesso deste grande realizador, reside sem dúvida, nos filmes que rodou nos anos 60.
Eles revelam o génio criador de Antonioni.

Michelangelo Antonioni (1912 – 2007).
Combinou com Ingmar Bergman, e partiram juntos.
Grandes conversas irão ter!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Desafio rápido

O Luis Alves, do "Grandes Planos" lançou-me este desafio, que achei curioso.
Por isso, aqui tem a minha resposta:

1) Pegar no livro mais próximo: “Século Passado”
2) Abri-lo na página 161: done!
3) Procurar a 5ª frase completa: "Mas pronto, José Alberto Carvalho disse “ressuscitação” e disse-o numa quinta-feira Santa.”
4) Colocar a frase no Blog: Colocada.
5) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar o mais próximo): Foi o que fiz.
6) Passar o desafio a 5 pessoas:

dadomoura – “Comportamento”

dyna – “Estorias da carochinha”

Ana Haderer – “Tinta Permanente”

Elisabete – “encanto”

Carlos Pereira – “The Last Chapter”

domingo, 9 de setembro de 2007

Ingmar Bergman

“Fiz alguns filmes maus que, no entanto, me são queridos. Realizei também filmes, objectivamente considerados bons, que me são indiferentes. Outros estão submetidos, o que é cómico, às minhas mudanças de conceitos. Por vezes, acontece alguém dizer-me : “Oh! Eu adoro esse filme!”. Nestes casos, sinto grande satisfação, e passo a gostar também do filme.
Uma coisa não posso negar: orgulho-me de um filme como “Da Vida das Marionetas”. É que este filme ainda hoje se impõe.”

Ingmar Bergman




Passadas umas semanas sobre o desaparecimento deste Mestre, e quando muitos que lamentaram a sua morte nunca mais se lembrarão dele… nada melhor que ler as suas palavras para destacar um entre dezenas de excelentes filmes.
“Da Vida das Marionetas”.

Rodado em 1979, no período em que Bergman esteve na Alemanha, o filme aborda a vida de um casal, as frustrações do marido, que logo no princípio comete um crime. A intensidade das emoções, a definição do perfil psicológico do personagem, os seus recalcamentos encobertos, o modo como tudo isto se reflecte no relacionamento com a mulher, as consultas ao psicanalista, os diálogos, os planos.
Bergman ao seu melhor nível.


Tem razão o Mestre ao salientar este filme no conjunto da sua obra.
Cada uma das suas histórias vê-se e revê-se. Muitas vezes, e sempre com o prazer inicial.

Ingmar Bergman.
Sueco, europeu, universal.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

"Os Amantes do Tejo"

“Os Amantes do Tejo” é um filme dos anos 50, cujos exteriores foram rodados em Lisboa. Um dos canais portugueses passou-o há muitos anos, e ontem revi a gravação feita na altura.


Amália Rodrigues canta o célebre “Barco Negro”, mas esse é apenas um dos factores que torna este filme muito especial para os lisboetas, e não só.
Podemos apreciar, com algum pormenor, a Lisboa desse tempo, sem ponte, sem Cristo-Rei na outra Banda, mas com sinaleiros, pregões populares, varinas, empregados de mesa fardados, ardinas, engraxadores e Salazar, cujos serviços de Censura cortaram quase 20% do filme, depois de terem proibido a exibição em Portugal.
Há ainda uma espectacular guitarrada pelo Mestre Jaime Santos, o Rossio com eléctricos, a Bica típica, o porto de Lisboa com movimento intenso de navios, os velhos táxis, as arcadas da Praça do Comércio, o Terreiro do Paço com o Cais das Colunas limpo de quaisquer tapumes…
O filme foi protagonizado por dois excelentes actores, o francês Daniel Gélin (1921-2002) e o inglês Trevor Howard (1913-1988), que acompanham Françoise Arnoul (n. 1931). A realização é de Henri Verneuil.


A história é fraquinha, quase inverosímil, mas o interesse do filme, para nós, hoje em dia, não reside aí.
Bem poucos filmes portugueses da época mostraram a cidade como este filme francês.


segunda-feira, 3 de setembro de 2007

"Êxtase"

O argumento resume-se no seguinte:
Uma jovem casa com um homem mais velho, que não a consegue satisfazer sexualmente. Ao tomar banho, completamente nua, num ribeiro, é observada por outro homem, com quem virá a ter a sua primeira relação sexual.
Ao tomar conhecimento do sucedido, o marido suicida-se.
Quando se pensaria que a rapariga estaria livre para ir viver com o amante, abandona-o no momento em que ele a esperava para partirem para longe.
E o filme termina assim.

Ao argumento junte-se o título do filme: “Êxtase”.
E date-se: 1933.




Não é difícil entender o impacto que este filme, realizado pelo checo Gustav Machaty, causou.
Cenas de nu feminino integral eram absolutamente inéditas nos circuitos comerciais. O filme foi proibido em muitos Estados americanos, mas a protagonista, uma jovem chamada Hedy Kiesler, foi de imediato contratada para Hollywood. Aí, mudou de apelido, e tornou-se uma actriz célebre. Hedy Lamarr.


Quando casou, o marido gastou uma fortuna a comprar as cópias do filme que existiam, para as destruir. Sem sucesso, porque tantos anos passados, o filme está disponível em dvd, em todo o mundo. Aliás, o mesmo faria Carlo Ponti em relação a um dos primeiros filmes de Sofia Loren. Com sucesso.

“Êxtase”.
Apesar de tudo, um clássico.

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