quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Trevor Howard


Foi um actor de primeiro plano, mas nunca foi uma "estrela".
Talvez porque a sua paixão por Shakespeare o tenha levado a permanecer nos teatros londrinos, e a recusar um contrato fabuloso que Hollywood lhe propôs.
Sóbrio, compôs as suas personagens com rigor e profissionalismo, e deixou-nos interpretações seguras, algumas mesmo brilhantes.
Trevor Howard (1913 – 1988) combateu na II Guerra Mundial, onde foi seriamente ferido. Quando recupera, começa verdadeiramente a sua carreira, na qual destaco filmes como “The Ryan’s Daughter”, “Triple Cross”, “Von Ryan’s Express” e “Ghandi”, marcados definitivamente pelo seu talento.
Foi um dos protagonistas de “Os Amantes do Tejo”, ao lado de Daniel Gélin e Amália, filme inteiramente rodado em Lisboa, e de que já falei neste blogue.

“They deserve what they get when they give a ham actor, a petulant child, complete control of an expensive picture.”, disse um dia. E como tinha razão…

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Dirk Bogarde


O pai era o editor de cultura do “The Times” e a mãe era actriz.
Capitão do exército inglês na segunda Guerra Mundial, foi um dos oficiais que desmantelou a rede de campos de concentração de Hitler, experiência que o traumatizou de tal maneira, que durante muitos anos, não quis pronunciar-se sobre o que vira.
Dirk Bogarde (1921 – 1999) participou em cerca de 70 filmes, sempre brilhante, em personagens nem sempre fáceis, mesmo para os grandes actores.
Destaque, entre outros, para “The Servant”, “Death in Venice”, e “The Night Porter”.
Interpretações inesquecíveis.
Não foi um actor popular, mas talvez nunca se tenha preocupado muito com isso.
Nem sempre a popularidade é sinónimo de qualidade.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Doris Day

Quando falamos de Doris Day (nasceu em 1924), lembramo-nos de imediato de uma canção, “Que Será, Será”, que interpretou em 1957 no filme “The Man Who Knew Too Much”, ao lado de uma das “lendas” do cinema, James Stewart.
Ou seja, a canção celebra este ano 50 anos, e toda o mundo a conhece.
É interessante constatar que foi uma música, e não qualquer dos seus 46 filmes, a projectá-la para a fama, dado que, em boa verdade, Doris Day não era uma grande actriz, limitando-se a papéis de “ingénua” sexy e meio apalermada, com grande sucesso, apesar de tudo, nos anos 50 e 60.
Rock Hudson, que com ela rodou muitos filmes, era o divertido galã, e ambos fizeram um par afamado em Hollywood, que os aproveitou na perfeição para grandes receitas de bilheteira.
Talvez “Calamity Jane”, de 1953, seja o seu maior êxito.


domingo, 18 de novembro de 2007

Errol Flynn

É o herói da “capa e espada”.
O eterno “Robin Hood”.
O “Gavião dos Mares”.

Errol Flynn (1909 – 1959).

A sua vida é um manancial de intensas e delirantes paixões, de boémia, de dezenas de filmes, de dinheiro e de alguma extravagância.
Na verdade, este actor australiano, de porte atlético e um enorme poder de sedução, granjeou uma invulgar popularidade, que o projectou para os mais altos salários pagos na Hollywood de então.
Os seus filmes, quando vistos hoje em dia, parecem-nos, e são, “datados”, mas não deixam de ser um entretenimento fantástico.

Apenas uma curiosidade: quando foi sepultado, e por vontade do seu grupo de amigos mais chegado, meteram 6 garrafas de whisky no caixão, que assim desceu à terra.

É verdade.


quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Cinema em televisão

Não é nem parecido…ver um filme em televisão. E ainda que as pessoas saibam bem que é verdade, a vida quotidiana não incentiva muito que depois do jantar, se saia de casa para ir ao cinema. Já nem falo do preço dos bilhetes, do preço do parque de estacionamento, do cheiro pestilento a pipocas, do seu mastigar pelo vizinho do lado, do frio ou calor que esteja.
Adiante.
Sou um “consumidor” dos agora chamados canais “TVCine” da TV Cabo. Entre muito lixo que passam, salvam-se sempre, diariamente, uma meia dúzia de bons filmes, que vejo ou revejo.
Mas o que não tenho a mínima paciência é para ver qualquer filme nos canais abertos.
Façam a experiência.
Para além dos horários idiotas, pois só passam as fitas depois das intermináveis telenovelas ou “reality shows” (muito eu gosto desta expressão….), ao fim de 15 minutos surge um intervalo de vinte, mais meia hora de película e mais vinte minutos de publicidade, e ainda uma vez mais até ao final. Isto é, como cada filme ronda, em média, os 100 minutos, há que acrescentar 60 de anúncios. E com tudo isto, são 3 da madrugada….
Há muito que desisti.
E creio que não fui só eu.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Natalie Wood

Quando se começa uma carreira aos 4 anos…acaba-se cedo.
Mas há excepções.
Natalie Wood (1938 – 1981).
Com 9 anos já ganhava mil dólares por semana, e estava-se, portanto, em 1947…e com isso era o sustento de toda a família, emigrantes russos que, graças ao prodígio, saiu de uma vida de dificuldades para o desafogo.
Já era uma actriz consagrada antes de completar 20 anos, até porque já contracenara com James Dean no célebre “Fúria de Viver” (Rebel Without a Cause), que lhe valeu a primeira nomeação para Oscar e ainda mais fama. Depois vem “Esplendor na Relva” (Splendor in the Grass) e “West Side Story”. E muitos outros grandes filmes.
Muito haveria a esperar do seu talento, mas a morte prematura, por afogamento, acabou, de facto, cedo com a sua vida.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

"Quarteto"



Na pacatez quase provinciana da Lisboa de finais dos anos 60, o aparecimento destas quatro salas de cinema foi um acontecimento.
Não apenas por serem 4 salas juntas, caso até então inédito na cidade.
Foi o “Quarteto” que deu início às chamadas sessões da “meia-noite”.

É bom recordar que a essa hora, para além dos cabarets, não havia quase nenhum local aberto ao público, à excepção do velho “Alfredo”, bem perto da Av. De Roma, palco de muitas ceias após o cinema. E poucos mais. Mas...bons tempos!

Ir ao cinema à meia-noite, e para mais com uma programação diferente da habitual, foi “aventura” que bem poucos quiseram perder.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Margaret Rutherford

Há personagens que eternizam quem as criou.
Se vos falar de uma detective velhota, inglesa, que parecendo distraída, tudo descobria e resolvia, não será difícil pensarem em “Miss Marple” e de imediato em “Dame” Margaret Rutherford (1892 – 1972).
De tal maneira “protagonizou” a personagem, que a própria Agatha Christie lhe dedicou um dos seus livros, exteriorizando assim a admiração que nutria pela grande actriz.
Era única.
Com laivos de humor, representava os sérios papéis com uma desenvoltura impressionante, só possível em virtude do enorme talento e da “escola” que teve no teatro londrino, desde a juventude.

Os jovens de hoje não a conhecem.
Mas fariam bem se a descobrissem.


sexta-feira, 2 de novembro de 2007

"Papillon"

Quem não leu “Papillon” de Henri Charrière no princípio dos anos 70?
Foi um sucesso à escala mundial, esteve na “moda”, como aconteceu há pouco tempo com o “Código da Vinci”…
Também esse livro deu origem a um filme, em 1973, com o mesmo título, superiormente interpretado por dois “monstros sagrados”, Steve McQueen e Dustin Hoffman.
Personagens opostas mas cúmplices, o forte com ideias, o fraco com dinheiro, e ambos com carácter, é uma delícia ver as “lições” de representação que vão dando ao longo das mil peripécias que lhes sucedem, como prisioneiros na Guiana Francesa.
A fuga, sempre a fuga, é a linha mestra do filme, um arriscar constante, repleto de traições, desenganos e frustração, até à última cena, em que “Papillon” consegue finalmente concretizar a evasão, mas já só ele, dada a evidente debilidade e resignação do amigo.
O abraço trocado no final do filme, cena sem diálogo, é de antologia.
Realizado por Franklin J. Schaffner, que já nos havia presenteado, três anos antes, com “Patton”.

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