sexta-feira, 31 de agosto de 2007

“Vaghe stelle dell’Orsa”

Revi “Vaghe stelle dell’Orsa”, de Visconti.

É um filme com 42 anos, a preto e branco, que tem Claudia Cardinale como protagonista.
Tudo o que distingue este realizador está lá.
Mistério, segredos, o passado revivido e a decidir o futuro, os confrontos de gerações. Filmado com mestria, uma excelente fotografia, a velha Itália a deslumbrar com o cuidado posto em tudo o que é histórico.




Claudia Cardinale é a “estrela”, mas Visconti, que de vez em quando se deixa “tentar” em mostrar o corpo da actriz, procura nela não a vedeta “sexy”, mas a “actriz”, que interpreta um papel complexo de uma mulher que tem de esconder o seu passado incestuoso com o irmão. E Claudia consegue corresponder ao desejo do Mestre, que a filma em grandes planos que evidenciam não só a sua beleza, mas também uma “força” que só me lembro de ver em “O Leopardo”, também de Visconti, e em poucos mais filmes.
Jean Sorel, que já esquecêramos, é o irmão, e está à altura da importância da personagem na trama.
O filme apareceu nos circuitos comerciais europeus com o título “Sandra”, nome da protagonista. Que nada tem a ver, como sucede frequentemente, com o título original.
Pouco mais de uma hora e meia bem passada.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Marlene Dietrich


É uma das figuras mais enigmáticas da história do Cinema.
Marie Magdalene Dietrich nasceu na Alemanha em 1901, e só perto dos 30 anos chega aos Estados Unidos como “resposta” da Paramount ao tremendo sucesso de Greta Garbo. Torna-se a “musa” do grande realizador Josef von Sternberg, com quem roda “O Anjo Azul”, que a tornaria mundialmente célebre.
E se os papéis que protagonizava nas telas encantavam as plateias, a sua vida pessoal alimentava os jornais e a rádio, dando-lhe uma projecção invulgar para a época.
Sofisticação, magnetismo, sensualidade. Uma combinação explosiva na actriz, conjugada com atributos femininos e masculinos.
“Não interessa se és homem ou mulher. Faço amor com qualquer pessoa que ache atraente”, disse um dia, alimentando as especulações.
Para além do “The Blue Angel” já referido, saliento entre os seus filmes mais conhecidos, “Morocco”, “Shangai Express”, “Destry Rides Again” e “Witness for the Prosecution”.
Inimiga feroz de Hitler, recusou várias propostas alemãs para voltar ao seu país e aí filmar.
Marlene Dietrich morreu em Paris, em 1992.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

João Villaret

João Villaret.
A maior parte dos que dele se recordam, elegem-no como o maior declamador português. Na minha opinião encabeça um trio constituído por ele, Mário Viegas e Manuel Lereno.
Mas os filmes que interpretou são testemunho de que o seu talento não se confinava à poesia, que disse, repito, como ninguém.
Nasceu em 1913, em Lisboa, e dedicou toda a sua vida ao espectáculo. Integrou desde novo a célebre Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro e depois nos “Comediantes de Lisboa”.
No cinema participou em apenas seis filmes, entre os quais “Frei Luís de Sousa”, “Inês de Castro”, “Camões”, e “O Primo Basílio”. No “Pai Tirano” faz um pequeno papel como mudo, de antologia.
A maior popularidade chega com a televisão, nos anos 50. Aí deu a conhecer ao grande público muitos escritores portugueses, entre os quais Pessoa, de quem tinha sido amigo pessoal, Régio, Botto.
Faleceu em 1961.
Villaret.
Um enorme talento.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Louise Fletcher


Bastou um filme.
“Voando sobre um Ninho de Cucos”.
O papel que Louise Fletcher nele desempenha, é monumental. A Enfermeira Ratched, é fria, dura, implacável. O espectador odeia-a desde o primeiro minuto. Até ao último. Valeu-lhe, justamente, o Oscar para Melhor Actriz.
Norte-americana, nascida em 1934, Louise era filha de pais surdos-mudos, mas ela e os irmãos não tinham a deficiência, e foi uma tia que a ensinou a falar.
Começou pela televisão, mas quando Milos Forman a viu no filme “Thieves Like Us”, convidou-a de imediato para o seu maior sucesso.
Participou em dezenas de filmes, mas bem longe do sucesso da enfermeira Ratched.
Simplesmente brilhante.
Resta acrescentar que este é, para mim, o melhor filme de sempre.

sábado, 18 de agosto de 2007

Anne Bancroft


Fez inúmeros filmes, interpretou dezenas de papéis, mas Anne Bancroft será sempre…Mrs. Robinson.
Dela nos lembramos quando escutamos os fabulosos Simon & Garfunkel a cantar essa mesma canção. E de imediato surge um Dustin Hoffman quase imberbe, a lançar-se para a ribalta.
Nesse filme, “The Graduate”, a carga de sensualidade e até erotismo que Bancroft consegue fazer chegar às plateias é tremenda. E inesquecível.
Anna Maria Louisa Italiano, de seu verdadeiro nome, nasceu no Bronx em 1931, neta de avós italianos, como o nome indica claramente. Anne Marno foi o seu primeiro nome artístico, nomeadamente em séries televisivas, mas ainda nos anos 50 altera para “Bancroft”, por lhe parecer mais elegante.
Nomeada 5 vezes pela Academia, apenas venceu em 1963 com “The Miracle Worker”.Mas quem não a recorda também em “7 Women”, “Silent Movie” e “The Hindenburg”?
Foi casada mais de quatro décadas com Mel Brooks, personalidade aparentemente nos antípodas da actriz. Quando esta morreu em 2005, Mel Brooks avisou os amigos que quem quisesse chorar nas cerimónias fúnebres, era melhor ficar em casa.
E assim foi.
Anne Bancroft teria aprovado.

domingo, 12 de agosto de 2007

Jodie Foster


Não é muito vulgar uma actriz estrear-se, aos 14 anos, no Cinema, e receber logo uma nomeação para os Oscares da Academia, mas foi o que aconteceu a Jodie Foster, em “Taxi Driver”.
Muitas vezes, estas excepcionais interpretações precoces, não têm confirmação posterior, mas também aí a actriz contrariou a tradição e impôs-se claramente.
Os êxitos são inúmeros, bastando recordar “The Accused”, “The Silence of the Lambs”, “Nell”, “Contact” e “Flightplan”.
Uma actriz versátil, com uma vasta experiência e muito talento.
Com um QI bastante acima da média, Jodie Foster é licenciada pela Universidade de Yale, e já ganhou o Oscar para Melhor Actriz com “The Accused” e “The Silence of the Lambs”.
E ninguém acredita que fique por aqui.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Fernando Lopes

“Belarmino”.
1964.
Tempo dos três “F” (Fado, Futebol e Fátima).
Cinzentismo triste.
Analfabetismo reinante.

E este filme, abordando o dia-a-dia de um ídolo do boxe nacional, um campeão que bem poderia ter sido mais do que isso, se não tivesse de lutar diariamente pela sobrevivência.
Fernando Lopes “sacode” o marasmo.
O “Novo” Cinema num país velho.
Filme-documentário duro, realista, a preto e branco.

Depois…alguns anos mais tarde, “Uma Abelha na Chuva”…quase mais uma década e “Crónica dos Bons Malandros”…”O Delfim”….”Lá Fora”…

Fernando Lopes.
Realizador.
Incontornável.

sábado, 4 de agosto de 2007

Jean Seberg


Está muito esquecida, mas a minha geração recordá-la-á sempre.
E bastou um filme, “A Bout de Souffle” de Godard, em que contracenou com Jean-Paul Belmondo.
Esse filme de 1959, absolutamente extraordinário e que marcou uma época do cinema francês, deu ao mundo do cinema uma actriz única, que se tornaria mito também devido à sua turbulenta vida privada e morte precoce.
Participou em outros filmes importantes, como “Bonjour Tristesse”, “The Mouse that Roared”, “Lilith”, e “Paint your Wagon”.
O seu apoio a várias causas criou-lhe problemas sérios com o FBI, e várias depressões que o tempo foi agravando.
Nascida em 1938, Jean Seberg suicidou-se em 1979.
Quem visitar o cemitério de Montparnasse, poderá visitar a sua sepultura.
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