sábado, 30 de janeiro de 2010

Os Grandes Clássicos (2)


1945.
A guerra termina, Mussolini é fuzilado, Hitler suicida-se, a Alemanha rende-se sem condições. As bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki obrigam o Japão a capitular.
E enquanto Hollywood premiava”The Lost Weekend”, de Billy Wilder, eu destacaria outro filme, e europeu.
Nesta época, aparece em Itália um movimento que marcaria todo o cinema, o neo-realismo. Itália que iria terminar a guerra ao lado dos vencedores, quando a tinha iniciado do outro lado das barreiras. Uma vez mais…
E nele, surge “Roma, Cidade Aberta”, de Rosselini.
O enredo do filme é clássico: luta contra os alemães, repressão, mortes injustas, torturas. Tudo isto com um ar de autenticidade impressionante, suscitando um reconhecimento indiscutível. O dinheiro não abundava, e o realizador teve de se desfazer de algum do seu património para poder terminar a rodagem. E é neste filme que começa a fulgurante carreira de Anna Magnani, que não precisou de evidenciar quaisquer dotes físicos especiais, bastando-lhe o simples olhar para cativar, aliado a um talento enorme.
Sempre que revejo este filme, fascino-me com esta actriz.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Jean Simmons (1929 - 2010)


Nos anos 50, foi considerada por muitos a mais bonita actriz inglesa.
Nestas coisas de beleza é sempre difícil escolher, mas Jean Simmons era, muito para além disso, uma excelente intérprete, revelada na Europa no final dos anos 40, e mais tarde recebida por Hollywood, ainda que não aproveitando totalmente o seu talento. Mas isso já é opinião pessoal.
Entre o primeiro filme, “Give us the Moon” de 1944, e o último, “Shadows in the Sun” de 2008, distam 64 anos, mais de seis décadas repletas de êxitos, que lhe valeram, por duas ocasiões, nomeações para Oscar, primeiro como Secundária em “Hamlet” (1948) e mais tarde para Actriz Principal em “The Happy Ending” (1969).
Contracenando com actores de primeira linha, como Laurence Olivier, Kirk Douglas ou Burt Lancaster, deixou-nos inesquecíveis personagens em “Young Bess”, “The Robe”, “Elmer Gantry” ou “Spartacus”, para falar apenas dos mais conhecidos.
Jean Simmons.
Talento e beleza. Em iguais doses.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Os Grandes Clássicos (1)


Apesar da guerra mundial, 1940 deu ao Cinema, entre outros, filmes como “The Great Dictador” de Chaplin, “Rebecca” de Hitchcock, “The Philadelphia Story” de George Cukor, “His Girl Friday” de Howard Hawks e “The Letter” de William Wyler.
Pessoalmente, da produção deste ano já longínquo, destaco “The Grapes of Wrath” (As Vinhas da Ira) de John Ford.
Ao longo dos tempos, revisitámos amiúde este portentoso filme, e de cada vez descobrimos algo de novo, de espectacular, de notável.
Baseando-se no livro de John Steinbeck, (que escrevia magistralmente quando o whisky o deixava…) registe-se desde logo o produtor, Darryl F. Zanuck, que demonstrou claramente que para fazer bom Cinema não basta ter dinheiro, é necessário rodear-se de quem saiba do ofício. E Zanuck fê-lo.
Começou na escolha acertada do realizador, John Ford, que aqui deixa claro que não era imbatível apenas no “western”, tornando as imagens emocionantes, descritivas e inesquecíveis, sem facilitismos demagógicos.
Nunnaly Johnson, argumentista, transforma os momentos menos “cinematográficos” de Steinbeck em puros minutos de êxtase. No protagonista, Henry Fonda, que para além do enorme talento, soube transmitir ao seu personagem a dose de humanidade que caracteriza tantos e tantos dos seus desempenhos.
E Gregg Toland, responsável pela Fotografia, faz aqui um trabalho notável, ele que foi mestre das contraluzes e dos valores cromáticos das sombras.
Uma palavra ainda para a actriz Jane Darwell, soberba.
“As Vinhas da Ira” relata a odisseia de uma família que ruma à Califórnia, no período da “Grande Depressão” à procura de uma vida melhor. Não é apenas uma família. Conseguimos perceber, pelo filme, que é todo um povo desesperado que tem de enfrentar as mais variadas vicissitudes, nem sempre coroadas de sucesso.
Estou certo que todos nós já vimos o filme. Caso contrário, aconselho vivamente.

sábado, 16 de janeiro de 2010

3 Anos!

Este blogue completa hoje 3 anos.
Tempo de algum balanço.
O Cinema atravessa, na minha opinião, uma das suas piores crises de sempre.
Basta verificar os grandes sucessos actuais, para nos apercebermos das limitações várias, das quais gostaria de destacar a falta gritante de qualidade (leia-se talento) de muitos dos grandes protagonistas, elevados à condição de vedetas sem grande esforço.
As pequenas salas onde se vê Cinema, não esgotam, longe disso.
Os dvd, salvação derradeira de um negócio em apuros, que os clubes de video sustentaram durante anos, estão em franco declínio.
Resta a televisão, mas todos sabemos que Cinema...é no Cinema.


"Arte Sétima" tem pensado em tudo isto.
E tem consultado inúmeros outros blogues de Cinema, muitos dos quais são cópias exactas de outros.
Vamos continuar, mas alterando algo do rumo.
Como verificarão, se continuarem a ter a gentileza de o visitar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Rohmer 1920 - 2010



Cinquenta e sete anos a realizar filmes.
O primeiro em 1950, “Journal d’un Scélérat”, o último em 2007, “Les Amours d’Astrée et Céladon”. E filmes inesquecíveis como “Ma Nuit Chez Maud”, “Le Genoux de Claire”, “La Femme de l’Aviateur” ou os “Contes” das estações do ano.

Rohmer.
Uma obra consistente e coerente, sem facilitismos ou acomodações.
O cinema perde uma referência, mas os seus filmes testemunham o génio.
Eternamente.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Quem te viu...(7)


Pequena ajuda...não é americana.
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