domingo, 9 de setembro de 2007

Ingmar Bergman

“Fiz alguns filmes maus que, no entanto, me são queridos. Realizei também filmes, objectivamente considerados bons, que me são indiferentes. Outros estão submetidos, o que é cómico, às minhas mudanças de conceitos. Por vezes, acontece alguém dizer-me : “Oh! Eu adoro esse filme!”. Nestes casos, sinto grande satisfação, e passo a gostar também do filme.
Uma coisa não posso negar: orgulho-me de um filme como “Da Vida das Marionetas”. É que este filme ainda hoje se impõe.”

Ingmar Bergman




Passadas umas semanas sobre o desaparecimento deste Mestre, e quando muitos que lamentaram a sua morte nunca mais se lembrarão dele… nada melhor que ler as suas palavras para destacar um entre dezenas de excelentes filmes.
“Da Vida das Marionetas”.

Rodado em 1979, no período em que Bergman esteve na Alemanha, o filme aborda a vida de um casal, as frustrações do marido, que logo no princípio comete um crime. A intensidade das emoções, a definição do perfil psicológico do personagem, os seus recalcamentos encobertos, o modo como tudo isto se reflecte no relacionamento com a mulher, as consultas ao psicanalista, os diálogos, os planos.
Bergman ao seu melhor nível.


Tem razão o Mestre ao salientar este filme no conjunto da sua obra.
Cada uma das suas histórias vê-se e revê-se. Muitas vezes, e sempre com o prazer inicial.

Ingmar Bergman.
Sueco, europeu, universal.

5 comentários:

Pedrita disse...

da vida das marionetes nunca vi. beijos, pedrita

Carlos Pereira disse...

Da Vida das Marionetas é, como qualquer filme de Bergman, um magistral ensaio sobre a complexidade do ser, das relações, dos pensamentos. Poderia ser este, poderia ser Cenas da Vida Conjugal, poderia ser O Silêncio, poderia ser Persona, ou o Sonata de Outono. Lista interminável. Não há filme de Bergman que não me abale por completo. E não existe despedida mais maravilhosa do que essa obra-prima absoluta chamada Saraband.

teresamaremar disse...

Bergman sempre se revê com prazer e sempre é uma descoberta. Se todas as segundas e restantes leituras trazem inevitavelmente algo novo, os filmes de Bergman, porque observação da mente e comportamento humanos, assunto vasto e versátil, mais descobertas nos proporcionam.

E se experimentarmos revê-los, de cada vez escolhendo a perspectiva de uma diferente personagem, mais descobriremos.

spring disse...

olá josé quintela soares!
a história já é conhecida, quando morre um grande cineasta todos correm a escrever sobre ele, depois a maioria nunca mais irá escrever uma letra sobre a sua obra. Bergman é eterno e todos nós temos os seus filmes favoritos, por acaso "Da Vida das Marionetes" que vi em video não é um dos meus preferidos, embora ele seja mais uma das obras do grande cineasta.
Ingmar Bergman deve ser sempre recordado pelos seus filmes, mas também pelos seus escritos e entrevistas, ele era/é único no interior da Sétima Arte.
PS- Hoje em dia ao lermos a critica literária que se faz nos jornais e revistas, somos obrigados a constatar que só se fala das obras publicadas recentemente, como se fosse uma continuação da publicidade.
já não me recordo de quando li num jornal uma crónica sobre Marcel Proust ou Lawrence Durrell, só para referir dois autores que tanto amamos.
só esperamos que a crítica de cinema nunca se esqueça que a Sétima Arte já tem a bonita idade de um século.
abraço cinéfilo
paula e rui lima

Luís A. disse...

muito belo. já leu entrevista do woody allen? sintetiza bem a obra e a vida do mestre bergman. mas mudando de assunto: caro josé, está lá no meu tasco um desafio para o qual foi convocado:). abraço

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