sábado, 31 de março de 2007

Audrey Hepburn


Fragilidade. Só aparente.
Bonita, gentil, charmosa, elegante. Aristocrata.
Olhos castanhos. Enormes. Profundos.

Belga, actriz, “Boneca de Luxo” e “My Fair Lady”.

Prémios, sucesso, consagração.
Distinção. Classe.

Audrey Hepburn.

Forever!

quinta-feira, 29 de março de 2007

João César Monteiro


Seria excêntrico.
Para alguns, até louco.
Para outros, genial.
Para mim, era tudo isso, uma loucura genial. Diferente.
A primeira vez que João César Monteiro me despertou a atenção foi com “Recordações da Casa Amarela”. Vi o filme, voltei a ver, e fiquei com muita vontade de pesquisar a sua obra. Essa oportunidade surgiu anos mais tarde quando todos os seus filmes foram editados em dvd. Nem hesitei. E vi todos. Sim, mesmo o “Branca de Neve”…
Monteiro percorre, até à exaustão, o modo de ser português, movendo-se na sua Lisboa do quotidiano, sem necessitar de procurar arquétipos, simplesmente filmando o que à sua, à nossa, volta se pode presenciar.
Os seus filmes retratam o “portuga”, o “Zé” do final do século XX.
Burlesco, impiedoso, mas acima de tudo verdadeiro, Monteiro cria igualmente uma linguagem muito própria, que utiliza magistralmente, e que nos surpreende, faz rir, meditar, olhar para nós próprios.
Integra aquela lista de realizadores que se ama ou odeia.
Claramente.
Ele sabia-o. E pouco ou nada se importava com isso.

segunda-feira, 26 de março de 2007

The Fonda family

Normalmente, quando um actor, ou actriz, se destaca, se impõe pelo seu talento, e os filhos se querem aproveitar do apelido para singrar nas telas, acontece o desastre. Há inúmeros casos, dos quais Geraldine Chaplin ou Liza Minnelli nem são dos piores, quando comparados com outros.
Mas também acontece o contrário, isto é, a classe manter-se, independentemente das gerações.
Neste caso estão os Fonda.




Henry Fonda é um clássico do cinema norte-americano.
Actor multifacetado, de talento indiscutível, interpretou dezenas de papéis distintos, desde o vilão ao exemplar chefe-de-família, do cowboy ao comerciante.
Para mim, é inesquecível o seu desempenho em “As Vinhas da Ira”.





Jane Fonda, sua filha, soube impor-se por si.
Personalidade forte, causou polémica nos anos 70 ao criticar publicamente a administração americana pela guerra do Vietname. Ainda hoje os defensores da “causa” não lhe perdoam esta “traição”.
Dos seus filmes, destaco “Barbarella”, “O Regresso dos Heróis”, “Julia”.
Mas muitos outros podiam ser relevados.




O irmão, Peter Fonda, teve uma carreira bem mais discreta, atingindo o seu ponto mais saliente em “Easy Rider”, no final dos anos 60, chegando a ser nomeado pela Academia nesse ano. Dedica-se mais à produção do que propriamente à interpretação.



E quando se pensaria que os Fonda desapareceriam da indústria, eis Bridget, filha de Peter, que fez a sua estreia no terceiro filme da saga “O Padrinho”.Ainda não atingiu a craveira da tia e do avô, mas percebe-se que ali…há qualquer “coisa”.


Os Fonda.
Quanto lhes deve a Sétima Arte?

sábado, 24 de março de 2007

Ingmar Bergman



Desejo.
Morte.
Religiosidade.
A importância da Palavra.

Deste conjunto é composta a obra de Ingmar Bergman (n. 1918).

Filho de um pastor luterano, que lhe impôs uma rígida educação, foi habituado desde criança a conviver com as punições mais humilhantes, sempre que fazia uma asneira. A vergonha e o pecado fazem parte integrante do seu universo.
A sua obra, que classificaria de monumental, assenta num naipe de actores de que nunca abdicou, e que são presença constante ao lado do realizador: Harriet Andersson, Max Von Sydow, Ingrid Thulin, Liv Ullmann, Bibi Anderson, e Gunnar Bjornstrand, ou seja, a “nata” do cinema sueco, com o Mestre.
Não vou nomear aqui qualquer dos seus filmes.
A lista é longa, e quase injusto é excluir algum.
Ou melhor…vou.
“Lágrimas e Suspiros”.
“Morangos Silvestres”.
“Monica e o Desejo”.

quinta-feira, 22 de março de 2007

E Tudo o Vento Levou


1939…
Quando se vê este filme, quase nunca nos lembramos que ele tem…68 anos de idade.
E fazer um filme com tudo aquilo que ele demonstra, há perto de 70 anos, é qualquer coisa de fantástico.
“E Tudo o Vento Levou” pode ser acusado de muita coisa, desde “piroso” a “dramazinho para verter lágrimas”, mas é, na verdade, uma obra-prima.
Desde as fabulosas interpretações, não só de Vivien Leigh e Clark Gable, pois é bom não esquecer, entre outros, Leslie Howard e Olívia de Havilland, e a “empregadita” que ganhou o Oscar de melhor actriz secundária (Hattie McDaniel), passando pela fotografia, a montagem, a produção, a realização, enfim, todo o filme é excepcional.
Até hoje, continua imbatível em êxito de bilheteira, o que atesta, para além da popularidade, a sua qualidade.
Os O’Hara, Scarlett, Reth, Tara…
Premiado com 10 Oscares, manteve esse record durante décadas.
220 minutos de deslumbramento.
E a frase final que ninguém esquece: “Amanhã…é sempre um novo dia!”

quarta-feira, 21 de março de 2007

Vanessa Redgrave


Falar de Vanessa Redgrave é muito fácil, porque ela tipifica, na segunda metade do século XX, a tradicional escola inglesa de representação. Não está sozinha nesse papel, muito bem acompanhada até, mas é uma das actrizes que, por si só, ilustra a arte dramática da “velha Albion”.
A primeira vez que a vi foi em “Blow-Up”, nos anos 60. E pouco depois, o filme que a colocou na minha lista de favoritas, “Isadora”, a célebre bailarina Isadora Duncan retratada de maneira soberba pela grande actriz.
São muitos os que nunca tiveram oportunidade de ver este filme. Vejam-no!
Para mim, foi o papel da sua vida, embora tenha sabido sempre escolher com critério os projectos em que participava, gerindo bem a carreira, intercalando cinema com teatro, nomeadamente em Londres.
Inolvidável é igualmente o seu papel em “Julia”.
Se quiserem conhecer melhor esta actriz, não deixem de ler o seu livro “Uma Autobiografia”, publicado pela Editorial Bizâncio, em 2001.

domingo, 18 de março de 2007

Bonanza


Permitam-me que, num blogue sobre Cinema, “intrometa” uma série televisiva.
Pois é, a minha geração tinha nestes 4 homens os seus heróis preferidos.
Aos sábados à noite, na velhinha televisão a preto e branco, Bonanza era o melhor do fim-de-semana.
Lorne Greene (o Pai), Pernell Roberts (Adam), Dan Bloker (Hoss) e Michael London (Little Joe) faziam as delícias de miúdos e não só, reinando na “Ponderosa”, onde os maus acabavam sempre a perder. A família "Cartwright".
Apenas Pernell Roberts é vivo, e todos eles encontraram na série, o seu maior sucesso.
Não seriam “gigantes” do écran, mas o que é certo, é que passados quase 50 anos, são lembrados como tendo feito a melhor série de “western” que a televisão alguma vez emitiu.
Ainda há pouco tempo, nos Estados Unidos, vi em todas as grandes discotecas, dvds com muitos episódios. Sinal de que o tempo passa, mas a memória não esqueceu os quatro justiceiros, amigos da família e exemplos de bons filhos. No fundo, a “moral” que os americanos sempre gostaram de passar para dentro e fora das suas fronteiras.
Bonanza!
Que saudades!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Elizabeth Taylor


Muitos:

- Filmes
- Prémios
- Fans
- Escândalos
- Maridos

Muitas:

- Peripécias
- Relações amorosas


Muito:

- Talento
- Dinheiro
- Álcool

Muita:

- Beleza
- Generosidade


Elizabeth Taylor.
Gata
em Telhado de Zinco.

Quente.

segunda-feira, 12 de março de 2007

John Barry


O pai era o dono dos cinemas da cidade onde nasceu em Inglaterra, e desde muito novo John Barry passou a ser o projeccionista, iniciando-se assim o seu contacto com o apaixonante mundo da Sétima Arte. Em paralelo, e sozinho, aprendera a tocar trompete e piano, o que lhe permitiu começar a tocar num conjunto de jazz. Estávamos nos anos 50.
Em 55 criou o seu próprio grupo, o “John Barry Seven”, grupo que seria convidado para um programa da BBC. Sucesso estrondoso, que o catapulta para a sua primeira experiência como autor da música de um filme, em 1960. Chamava-se “Beat Girl”.
E a consagração chega quando compõe as bandas sonoras de vários “007”, com Sean Connery e Roger Moore como protagonistas. Shirley Bassey, então no auge da sua carreira, dá-lhe ainda mais popularidade na celebra canção “Goldfinger”.
Seria fastidioso e difícil enumerar tantos e tantos êxitos.
Lembram-se de “África Minha”? “Danças com Lobos”? Apenas dois.
Quatro Oscares ganhos: “Uma Leoa chamada Elsa” (1966), “O Leão no Inverno” (1969), “África Minha” (1985) e “Danças com Lobos” (1990).
Está praticamente retirado do cinema, ouve música clássica (Mahler é o favorito) e música celta.
John Barry.
De antologia!

sábado, 10 de março de 2007

"84 Charing Cross Road"


Uma escritora norte-americana (Anne Bancroft) escreve para uma pequena livraria de Londres, encomendando uns livros.
O dono da livraria (Anthony Hopkins) junta à encomenda uma carta.
E assim começa uma troca de correspondência, de cumplicidade, de segredos, de gostos comuns, que durará décadas.
O ambiente da livraria, pequena, antiga, repleta de preciosidades, as confidências trocadas, a alegria de ambos quando recebem notícias do outro lado do Atlântico, as interpretações fabulosas, as citações de obras importantes.
Filme que passou despercebido nos anos 80, mas que considero magistral.
Diz-me muito.
Revejo-o sempre que posso. Nunca me cansei.
“84 Charing Cross Road”, “A Rua do Adeus” na tradução portuguesa.
Eterno!

sexta-feira, 9 de março de 2007

Jeremy Irons


Há nele algo de diferente, misterioso.
A voz grave por muitos anos de tabaco consumido em frenesim, a postura, os personagens que escolhe, a dicção, a arte.
“Conheci-o” no “A Amante do Tenente Francês” (1981), filme que eu julgava ser totalmente ocupado pela grande Meryl Streep. Engano. Jeremy Irons consegue brilhar mesmo ao lado de uma estrela de tamanha grandeza. Depois “A Missão”, a par de De Niro. E nunca mais parou. Cada filme, um marco.
Em 1992 rodou em Portugal “A Casa dos Espíritos”, uma vez mais com Meryl e Glenn Close, outra fantástica actriz.
E Jeremy Irons nunca deixou o teatro que o viu nascer para a fama.
Londres tem a sorte de o poder ver frequentemente.
Há poucos meses, inesperadamente, cruzei-me com ele à saída de um dos teatros londrinos. Cigarro na boca, barba por fazer, Irons distribuía autógrafos, já passava da meia-noite, e depois de um espectáculo. Com simpatia.
A modéstia própria dos “grandes”.
Jeremy Irons tem 58 anos.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Paul Newman


Falar de Paul Newman é tarefa difícil, tão extensa é a lista das películas que protagonizou, os seus sucessos, os prémios, as paixões.
Lembram-se de “Gata em Telhado de Zinco Quente”, “A Golpada”, “Dois Homens e um Destino”, “O Veredicto”, “Grande Prémio”?
E de “Exodus”, “O Prémio”, “O Juiz Roy Bean”, “A Torre do Inferno”?
Pois é, todos eles têm a sua marca de grande actor.
Um apaixonado por automóveis, chegando mesmo a corredor de bólides de alta velocidade.
Os seus olhos azuis deslumbraram várias gerações de donzelas, o seu talento impôs-se naturalmente.
É hoje um ancião de 82 anos, homem de negócios bem sucedido, que vive com a sua mulher de sempre, a também actriz Joanne Woodward.
Um clássico da 7ª Arte.

domingo, 4 de março de 2007

Beatriz Costa



Beatriz Costa foi a grande vedeta feminina do cinema português nos anos 30 e 40 do século passado.
Personificava como ninguém a “saloia” dos arredores de Lisboa, retrato que a “Aldeia da Roupa Branca” demonstra à evidência. Foi esse o seu lançamento para a ribalta, a que se seguiria o celebérrimo “A Canção de Lisboa”, que a imortalizou no papel de costureira filha do patrão, apaixonada pelo estudante “cábula” que o pai afasta, até saber da riqueza das tias da província.
Como quase sempre aconteceu com os grandes actores do cinema nacional daquela época, Beatriz Costa era uma “estrela” do teatro de Revista, género que atraía multidões ao velhinho Parque Mayer. Aí compôs personagens e interpretou marchas e canções que ainda hoje, décadas passadas, são conhecidas de todos. A melhor “Marcha de Benfica” ainda é (e julgo que será sempre) a de 1935, e é dela.
E quem não sabe entoar “O Burrié”?
Tempos que já lá vão.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Liv Ullmann


A musa de Ingmar Bergman.
Bastaria esta frase para classificar esta enorme actriz que a Noruega (e não a Suécia, como muitas vezes se julga) deu a conhecer ao mundo, apesar de ter nascido em Tóquio, onde o pai trabalhava na altura.
É que participar em papéis dominantes em 9 filmes do genial Bergman, é “cartão de visita” que bem poucas podem ostentar.
E esta poliglota actriz, que fala sete línguas, é também escritora reconhecida, embaixadora da UNICEF, e directora honorária da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.
Este símbolo do feminismo na década de 70, lançou-se ainda na realização cinematográfica há poucos anos.
Não esqueço filmes como “Persona”, “O Ovo da Serpente”, “Sonata de Outono”.
Liv Ullmann.
Incontornável.
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