quarta-feira, 3 de outubro de 2007

"Feios, Porcos e Maus"

Começamos por sorrir, depois rir até quase às lágrimas, voltamos à fase inicial e a certa altura estamos muito sérios a olhar para o écran, cada vez mais sérios até ao fim.
“Feios, Porcos e Maus”, de Ettore Scola.
Tudo se passa numa barraca de um “bairro de lata” perto de Roma, onde Giacinto vive com a mulher, dez filhos, a sogra, primos e primas. Todos numa só barraca, porque o chefe de família tem receio que alguém lhe roube a indemnização que recebeu por um acidente de trabalho. Dorme agarrado a uma espingarda, pronto a disparar sobre quem se aproxime, seja quem for.
Tudo aquilo é nojento, desde as refeições ao aspecto da família, degradante, promíscuo, miserável.
No meio de personagens absolutamente indescritíveis, Nino Manfredi é a “alma” do filme, com uma interpretação inesquecível. Poderia não ter feito mais nenhum filme, porque bastaria este para o colocar na galeria dos grandes actores italianos.

“Feios, Porcos e Maus”.
O título diz tudo, e bem.

7 comentários:

teresamaremar disse...

Vidas que se nao vivem apenas em tela. Cada personagem um tipo que se repete no quotidiano. Tao reais e tao perto por vezes, embora nao as queiramos ver, porque e mais comodo. Um filme a rever. Gosto disso neste espaco... a lembrar o que ja quase esquecemos.

Angelov disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Quintela Soares disse...

Pois é Gabriela, coincidências engraçadas.

Bem-vinda a este espaço de cinema.

spring disse...

olá josé quintela soares!
aqui está um filme que na época fez sucesso, recorde-me de o ter visto com a minha mãe no cinema Estúdio e chorei a rir, mas por detrás está um grande cineasta Ettore Scola, que nos deixou obras inesquecíveis, como "O Baile" e o espantoso "Encontro Inesquecível" para já não falar de um filme maravilhoso com o Marcello Mastroianni em que o protagonista era um cinema de uma aldeia e a sua história, filme este que ficou esquecido por muitos porque surgiu na mesma época de "O Cinema Paraíso".
Abraço Cinéfilo

Carlos Faria disse...

Já vi "feios, porcos e maus" várias vezes e sempre me fascina e sempre me dá a volta estômago e nunca me deixa sem vontade de o ver novamente. Grande a interpretação do protagonista, sou péssimo a decorar nomes mesmo de actores que admiro ou sejam famosos, mas este é sem dúvida um dos melhores filmes que vi, porque deixa-me sempre a reflectir sobre o que é ser pobre... quem se agarra a uma indemnização, subsídio ou quem por mais que trabalhe não consegue sair das teias da miséria?

Anónimo disse...

Que linda a arte de representar...
viver uma outra vida intensamente!

beijos
elisabete cunha

Anónimo disse...

Olá sr. José Quintela.A família de minhça mãe, oriunda de Portugal, também tem Soares no nome. Sou lusodescendente por ambos os lados e chamo-me Luiz Edmuundo de Moraes Costa, juiz direito aposentado e louco por ópera desde criança. Minha primeira ópera foi Tosca, no Rio, aos 13 anos,com meu pai.Estudei canto com o saudoso maestro Pasquale Gambardella, que lecionou para Luciano Neroni antes de vir para o Rio de Janeiro, falecendo em 1968. Aqui fez alguns alunos notáveis,como meu professor após sua morte, Alfredo Colosimo, que foi um excelente tenor, tendo cantado inclusive na Italia. Tenho alguns gravações dele, incluindo a ópera Lo Schiavo de Antonio Carlos Gomes, em 1959, ao vivo, no Teatro Municipal do Rio.Atualmente ministra aulas de canto, com 85 anos de idade na Escola de Música Lorenzo Fernandes, no Rio. Gostaria muitíssimo de trocar informações com V.S.~por favor contacte-me: Luiz.Edmundo43@gmail.com

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