terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nonagenários (9)


Virgílio Teixeira foi um caso notável do panorama cinematográfico português.
Muito esquecido nos nossos dias, importa recordar que, para além de uma das figuras mais populares em Portugal, rodou muito mais filmes em Espanha do que no seu país, e mesmo Hollywood chamou-o muitas vezes.
Contracenou com Richard Burton, Rita Hayworth e muitos outros grandes nomes das telas, em Espanha era, indiscutivelmente, cabeça de cartaz, interpretando sempre papéis de galã, muito em voga nas décadas de 40 e 50.
Torna-se conhecido em Portugal em 1945, quando roda “José do Telhado”, e dois anos depois, ao lado de Amália, no célebre “Fado”.
A partir daí, o actor vive mais tempo no estrangeiro, face aos convites que lhe chegavam, tornando-o um dos primeiros actores portugueses ( a par com António Vilar) a criar estatuto de “ídolo” além-fronteiras. E isto não é exagero. Basta ler as críticas espanholas da época.
Virgílio Teixeira nasceu no Funchal, a 26 de Outubro de 1917.
Tem 91 anos.




quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Quem Inspirou Quem (4)


Romy Schneider (1938 – 1982) inspirou muitos realizadores (Visconti e Orson Welles, para citar apenas dois), mas nenhum lhe deu tantos inesquecíveis e importantes papéis como Claude Sautet (1924 – 2000).
Bastará lembrar que dos seus 15 filmes como realizador (tem bastantes mais como argumentista), 6 são protagonizados pela actriz austríaca, e quem não recorda “Les Choses de la Vie” (1970), “Max et les Ferrailleurs” (1971), “Cesar et Rosalie” (1972) ou “Une Histoire Simple” (1978)?
Premiado na Europa, foi ignorado pela “máquina” cinematográfica dos Estados Unidos, e mesmo por cá nunca conseguiu alcandorar-se ao estrelato dos grandes.
Mas Sautet, Romy e Michel Piccoli, formaram uma tripla de respeito nos anos 70.



sábado, 19 de setembro de 2009

Nonagenários (8)



Austríaca, descoberta pela MGM aquando de uma deslocação de L.Mayer à Europa, foi nos Estados Unidos que fez a sua carreira, em grande parte devido à subida ao poder de Hitler.
A conquista de duas estatuetas da Academia em 1937 (“The Great Ziegfeld”) e 1938 (“The Good Earth”) projectaram-na num meio repleto de “estrelas”, levando a imprensa da época a criar uma série de rivalidades, nomeadamente com Greta Garbo, a diva.
Luise Rainer não foi bafejada pela sorte, pois uma série de papéis fracos ou mal escolhidos, levaram-na a perder grande parte do seu esplendor como actriz de mérito.
O seu espírito rebelde, pouco receptivo a imposições do estúdio, custaram-lhe o emprego nos finais dos anos 30, e aí se iniciou um declínio evidente e acentuado.
Em 1997 rodou o seu último filme, fazendo um pequeno papel em “The Gambler”.
Vive em Londres.
Luise Rainer nasceu a 12 de Janeiro de 1910.
Tem 99 anos.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sabia? (1)


Este filme, “Sombras Brancas nos Mares do Sul”, realizado em 1928 por W.S.Van Dyke (1889 – 1943), é um marco histórico para o Cinema em Portugal.
Porquê?
Foi o primeiro filme sonoro que tivemos oportunidade de ver.
Como descreve M.Felix Ribeiro*:

“A 5 de Abril de 1930 – e através de uma aparelhagem “Western Electric”, considerada, então, uma das marcas mais reputadas – a tela do Royal Cine reproduziu as imagens, em matemático sincronismo com os sons, do filme “Sombras Brancas nos Mares do Sul”. Assistiu o Presidente da República e demais entidades oficiais”.

Nos papéis principais estavam Raquel Torres (1908 – 1987), uma actriz mexicana de carreira efémera, que fazia da sensualidade a sua principal característica, e Monte Blue (1887 – 1963), um americano de longa trajecto e sucesso no cinema mudo e que continuaria a filmar até finais dos anos 50.

* In “Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa”.






quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nonagenários (7)


No cinema é difícil ter laços de parentesco com celebridades, porque a comparação é inevitável e quase nunca vantajosa.
Joan Fontaine é irmã de Olívia de Havilland, mas soube alcançar a fama e ocupar um lugar de destaque.
“No More Ladies” de 1935, marca a sua estreia e “The Witches” de 1966, o seu último filme, a partir do qual interpreta inúmeros papéis em séries televisivas, até aos anos 90.
Em 1942 ganha o Óscar de melhor Actriz Secundária em “Suspicion”, e é nomeada para o de Actriz Principal em 1941 e 1944.
Joan Fontaine nasceu a 22 de Outubro de 1917. Tem 91 anos.
E já afirmou:

“I hope I'll die on stage at the age of 105, playing Peter Pan.”

Oxalá!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quem Inspirou Quem (3)


A inspiração de Visconti, em muitos dos seus filmes, foi Helmut Berger.
Não houve aqui “musa”, mas o efeito foi idêntico.
Encontraram-se em 1964. E ainda nesse ano, o actor austríaco passou a viver em casa do grande realizador.
A partir de então, lá está Berger em filmes como “The Witches”, “The Damned”, “Ludwig” e “Conversation Peace”.
Viveram juntos até à morte de Visconti, e com esta, podemos dizer que a carreira do actor nunca mais obteve os êxitos anteriores.
Berger disse, em recente entrevista, que se considera “o viúvo de Visconti”.
Talvez nem uma “musa” dissesse tal.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Nonagenários (6)




Sempre foi um actor que interpretou papéis secundários, mas nem isso impede que seja considerado um grande actor.
E se pensarmos que participou em filmes como “Lord Jim”, “The Good, The Bad and The Ugly”, “The Godfather – Part III”, e “The Magnificent Seven”, teremos desde logo uma ideia do seu valor, do reconhecimento do seu talento, da sua enorme capacidade em "viver" os mais variados personagens.
Eli Wallach estreou-se em 1956, em “Baby Doll” e logo aí venceu um BAFTA de revelação masculina.
Todos os grandes actores contracenaram com ele, trabalhou com os mais reputados realizadores, é uma das “lendas vivas” do cinema.
Nasceu a 7 de Dezembro de 1915.
Tem 93 anos.
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