sábado, 29 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Sem vergonha
Olhei e senti uma revolta tremenda.
É este o estado a que deixaram chegar o velho “Paris”, há anos abandonado e entregue a si próprio, numa agonia sem fim. E sem vergonha.
Não interessa saber de quem é a responsabilidade.
Para quê?
Quem não preserva a sua memória, seguramente nem pensa.
Que triste espectáculo!
sábado, 22 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Fernando Fernan Gomez
Sempre o considerei um grande actor.
Não por ser velho, porque a idade não retrata talento onde ele não existe.
Mas Fernando Fernan Gomes (1921 – 2007), que morreu há poucas semanas, era de uma versatilidade espantosa, um artista na verdadeira acepção da palavra. E para além de actor, foi também realizador e escritor.
Desde os anos 40 até este ano, rodou mais de uma centena de filmes, deixando para a posteridade a sua marca, a sua qualidade, a sua categoria.
Trabalhou com todos os grandes realizadores espanhóis, escreveu novelas, memórias, peças de teatro, livros para crianças.
Através do magnífico “site” do “El Pais”, tive oportunidade de ver um pequeno filme sobre o seu velório, e não me surpreendeu que a urna tivesse sido colocada num palco. Num teatro. E que as pessoas que por lá passaram, e foram milhares, se sentassem em cadeiras também no palco.
Um grande Senhor.
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Domingos, 19 horas
Melhor, dos domingos às 19 horas na RTP Memória, espaço que se vai consagrando como o melhor de toda a programação, creio eu.
Tivemos as “Histórias da Música”, que António Victorino de Almeida nos contou na Viena dos anos 70, e que seria interessante, tantos anos volvidos, serem escutadas por muitos dos responsáveis (?) pela Cultura deste país, tal a frieza da análise, a lógica do raciocínio e a facilidade de comunicação na crítica velada, justificada na altura por uma suposta mais branda censura que Marcelo Caetano permitiu. Pelo programa passaram os grandes compositores, as suas vidas e obras, os instrumentos, o ensino da música, a realidade de um país que nada tinha a ver com o Portugal “pequenino”.
Depois, Nemésio e o “Se Bem me Lembro”, igualmente dos anos 70, em que o Mestre disserta sobre variados assuntos, com a autoridade catedrática que lhe advinha de forma espontânea, que nem mesmo o sotaque terceirense conseguia quebrar o interesse. Cada palestra era uma lição, intemporal, magistral.
E agora João Villaret, série de programas realizados em 1959, em que o grande actor, o melhor português até hoje a recitar poesia (novamente a minha opinião), nos deleita com uma variedade de poemas e poetas, em interpretações cuidadas como se em palco estivesse.
Domingos, 19 horas, na RTP Memória.
Gravador e dvd prontos.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
"Os Irmãos Karamazov"
E mais do que a presença imponente de Yul Brynner, ou o azul dos olhos de Maria Schell, impressionou-me a extraordinária interpretação de um actor muito esquecido, Lee J. Cobb (1911 – 1976).
Aliás, este seu desempenho valer-lhe-ia uma nomeação para Actor Secundário em 1958, que perderia para Burl Ives, em “Da Terra Nascem os Homens”.
Não há palavras para descrever o que este actor consegue mostrar de um Pai devasso e alcoólico, avarento e perverso. É ele que domina o filme, o que não é fácil, tratando-se de um texto de Dostoyevsky.
Realizado por Richard Brooks (1912 - 1992), que nos deixou filmes como “Key Largo”, “The Last Time I Saw Paris”, “Lord Jim” e “Elmer Gantry”, “Os Irmãos Karamazov” é um clássico, que merece revisão periódica.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
"Get Smart"
Chamava-se “ Get Smart”, e estou certo que muitos a recordarão.
Maxwell Smart era acompanhado pela agente “99” (Barbara Feldon, nasceu em 1932) e interpretado magistralmente por um desconhecido actor até então, Don Adams (1923 – 2005).
Bem poucos me fizeram rir tanto, e sempre considerei “Get Smart” uma série de “culto”.
Foi criada por Mel Brooks e Buck Henry, e feita entre 1965 e 1970, com mais de cem episódios; ganhou 7 “Emmy Awards”.
As trapalhadas do Agente Smart, o célebre “telemóvel” escondido no tacão do sapato, a comicidade do actor e do enredo, maravilharam a minha geração, que ainda hoje a recorda.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Kim Novak
A cor do cabelo não significava falta de talento, como muitas vezes acontece em actrizes “curvilíneas” que não passam disso mesmo.
Kim Novak (nasceu em 1933) ficou sobretudo famosa pelo seu desempenho em “Vertigo” de Hitchcock. Mas será injusto esquecer, entre outros, “Pal Joey”, “The Man with the Golden Arm”, “Kiss me, Stupid” e “Of Human Bondage”.
Soube retirar-se de cena quando entendeu que a sua imagem era outra, o que se entende. Pode é não aceitar-se.
O seu último filme foi rodado em 1991.
Restam os dvd, para matar saudades.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Mia Farrow
Aparentemente frágil, muito magra, mas com um olhar que enche por completo os écrans, Mia Farrow (nasceu em 1945) foi, durante muitos anos, a “diva” de Woody Allen, como já acontecera com Diane Keaton, e agora com Scarlett Johansson.
“Filha de peixe…”, Mia herdou de sua mãe, a também actriz Maureen O’Sullivan, a naturalidade com que enfrenta as câmaras, mas fá-lo com muito mais talento. O pai foi o realizador australiano John Farrow.
De seu nome verdadeiro Maria de Lourdes Villiers-Farrow (sabiam?), foi o seu primeiro filme que a lançou para a fama. “Rosemary’s Baby”, que em português foi comercializado como “A Semente do Diabo”, em 1968. Depois veio a fase “Allen”, e aí destacaria “The Purple Rose of Cairo”, “Hannah and her Sisters”, “Radio Days”, mas a lista poderia ser bem mais longa.
Uma actriz para a história do Cinema.