Fui ver “It’s Complicated”, apenas por uma razão.
Óbvia.
Meryl Streep.
Mas…quando o filme acabou, concluí que, desta vez, nem ela consegue salvar “aquilo”, de tão pobre e vulgar que é.
Fiquei a pensar no que leva uma “diva”, talvez "A" diva, a aceitar papéis deste calibre, em historietas patetas e ocas, que nada acrescentam, rigorosamente nada, à sua brilhante carreira. Dinheiro não é seguramente, e não acredito que esteja cansada de pouco fazer…
Evidentemente que emprega o seu talento na criação de uma personagem interessante mas banal, e nem se esforça muito.
Relembrei as suas grandes interpretações em filmes que integram a história do Cinema, e não pude deixar de lastimar.
5 comentários:
Escrever é uma arte, e esse dom você expressa de forma simples, sem o menor esforço. Gostei tanto, que ficaria lendo tudo horas e horas... Amei! Parabéns.
Um grande abraço,
Ione Coutinho
se tiver um tempinho, pode me visitar: www.letraspoesiaeartes.blogspot.com
msn: gata_docerrado@hotmail.com
eu vi o trailer com minha mãe e achamos grosseiro. a ideia é boa, a brincadeira é engraçada, mas o tom pareceu grosseiro. com isso ficamos sem vontade de ver. mas de repente o trailer q forçou a mão. enfim, agora q não vejo mesmo. beijos, pedrita
Caro José Quintela Soares
Também nós vimos o filme, mas gostámos desta comédia ligeira.
Abraço cinéfilo
Paula e Rui Lima
Parece que Meryl vem apreciando a comédia [Mamma Mia!] e a cozinha [Julie & Júlia]. A cozinha tem neste filme um papel fulcral - é com os seus cozinhados que mima os filhos, desperta as memórias do ex-parceiro e até seduz o novo.
Mas o filme fala também da solidão da meia-idade. A solidão que se instala em Jane quando os filhos partem e a casa fica vazia - ainda que esta solidão tenha o seu quê de atractivo. E a solidão de Jack desenquadrado no novo lar, desadaptado numa família onde três gerações convivem diariamente [o pequeno “enteado” seria mais seu neto, e os netos, por hábito, chegam de manhã e partem à noite, assim em jeito de visita, jeito que é saudável. Diria até que os netos se deseducam :) e Jack, nessa paternidade por acréscimo, precisa ser ainda um educador].
O filme aborda, ainda, a paternidade tardia [em que Jack se empenha, embora pareça pouco empenhado], tão em moda [como se ter filhos seja coisa de modas], onde, a jeito egoísta, os progenitores não meditam nas consequências de filhos que breve ficarão sem a figura paternal. [um pai cinquentão quando muito acompanhará os filhos até aos 20? 25? anos]
Vai que o filma aborda, também, uma outra temática actual… jovens deslumbradas com a sedução de homens maduros [é tão fácil impressionar uma jovem], bem como estes assustados com o tempo que se esgota e a necessidade de sentirem o pulsar da [ou testarem a] sua virilidade - já nem vou pelo ridículo, pois, embora na sua maioria estas relações não passem de enleios efémeros, outras há que funcionam e se baseiam no afecto.
Porque aceita Meryl dar a cara nestes filmes? Essencialmente, creio que o faz porque já não precisa demonstrar nada a ninguém. Todos sabemos que é uma mulher inteligente, uma actriz fabulosa. Porque não conceder que quer apenas divertir-se? Aposto que se divertiu durante estas filmagens. Assim também eu me diverti e ri em alguns apartes. É uma comédia, sabemos, e tem esse fim ligeiro e leve.
Para concluir o que já vai longo [embora eu acrescentasse ainda muito mais :)], penso que Meryl, mulher de meia-idade [mais do que meia, na verdade], não deixa de querer alertar para uma reflexão nessa temática do tempo que se escoa e do que fazer da - e na - vida quando os filhos partem. A dolorosa problemática de como gerir os vazios de espaço, tempo e alma.
Pedrita, o excerto pode ser pouco esclarecedor. Acredite que o filme não tem nada de grosseiro. Nada mais do que reproduzir o real, em momentos divertidos que denunciam a cumplicidade entre um ex-casal.
E depois, para lá de mulher, Meryl é uma GRANDE senhora. Todo o seu comportamento num mundo como o do cinema o mostrou ao longo da sua carreira.
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