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Pelo aspecto do seu rosto, fazia sempre papel de “mau da fita”.
Na verdade, a sua face quase assustava os miúdos como eu, que acreditavam mesmo que aquele homem era assim na vida real.
Jack Palance (1919-2006).
Sabíamos que Palance fora “boxeur” antes de entrar no mundo do espectáculo. Na verdade, aquele nariz, farto de ser esmurrado, não enganava. Mas ignorávamos que não fora essa circunstância a principal causa daquele aspecto. O actor, durante a II Guerra mundial, ao serviço da aviação americana, teve um acidente no ar, o avião começou a arder, e Palance mal teve tempo de se ejectar. Seguiu-se um calvário de inúmeras operações plásticas, cujo resultado final, segundo opinião dos médicos e do próprio Jack, foi “um milagre”.
Óscar para Actor Secundário em 1991, com “City Slickers”, já havia sido nomeado, na mesma categoria, em 1952 e 1953.
Palance participou em cerca de 40 filmes, desde 1950 até à sua morte. Filmes como “Shane”, “Barrabas”, e “The Professionals” contaram com a sua interpretação.
Penso que Jack Palance, não sendo uma estrela, conseguiu arranjar o seu lugar na Sétima Arte, com trabalho e sacrifício.
O resto era o rosto.